Caroline F. Costa Serqueira*
A tecnologia sempre esteve presente nos contextos educacionais. Afinal, ela não se resume em aparelhos, máquinas ou ferramentas. Todos os professores utilizam alguma tecnologia quando realizam uma aula expositiva ou usam o quadro-de-giz, que são algumas entre tantas técnicas que respondem às necessidades de ensinar. O uso dos dispositivos móveis estende este movimento, mas com uma nova perspectiva.
A popularização e a rápida evolução das tecnologias móveis reforçam a necessidade de repensar não somente o ambiente físico das instituições de ensino mas a desconstrução de um conceito que, por mais de 30 anos, foi idealizado pela presença dos laboratórios de informática. Os colégios precisam estar atentos às contínuas mudanças contemporâneas, mas com cuidado para não se renderem a modismos. A inclusão de novas tecnologias pede ações elaboradas, com objetivos claros e constante acompanhamento, de forma que não configurem uma prática que repita o que já é feito, mudando apenas o instrumento.
Os dispositivos móveis apontam uma revolução comportamental, por meio de suas inovadoras possibilidades interativas, traduzidas por fatores como mobilidade, telas sensíveis ao toque, aplicativos que provocam uma exploração intuitiva e busca incessante por experiências virtuais. A inserção dos dispositivos no ambiente escolar nos traz desafios em um universo que ainda é desconhecido, mas ao mesmo tempo instigante. Eles permitem e facilitam a comunicação, favorecem a colaboração, em qualquer lugar e da maneira que for mais conveniente, já que ampliam o acesso à busca de informações. Em contrapartida, toda essa interação também estimula a multiplicidade de focos atencionais, o que reforça a importância de elaborar cuidadosamente o que será planejado com os dispositivos na escola. Percebe-se que “fazer mais do mesmo” não é a melhor escolha.
O uso de dispositivos móveis exige a apropriação de uma nova linguagem, tanto por parte da equipe de tecnologia educacional dos colégios como dos docentes, que devem dominar não somente questões técnicas e de usabilidade mas contribuir com a reflexão de como os tablets serão incorporados ao espaço-tempo escolar, atribuindo intencionalidades para uma nova relação com o saber.
A qualidade na conexão também é outro fator fundamental para que os recursos sejam explorados, pois situações como perda da conectividade ou um acesso de baixa velocidade, comprometem o desempenho dos dispositivos e provocam desmotivação e frustração por parte de alunos e professores.
Todas estas exigências mostram o quanto as tecnologias da informação e comunicação têm impacto e podem transformar os ambientes de aprendizagem, exigindo uma reflexão maior sobre o sentido de ensinar e aprender.
* Caroline F. Costa Serqueira é analista de tecnologia educacional da Rede de Colégios do Grupo Marista.
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