Por Andréa Barreto
Sou professora de ciências e biologia das redes pública e
particular da cidade do Rio de Janeiro desde 1993, mas vejo que nossos
alunos estão cada vez mais apáticos em sala de aula. O desinteresse é
imenso e o aprendizado fica pobre.
Ano passado (2013), percebi que meus alunos não estavam nada
interessados em sala de aula, mas quando se falava em fazer alguma
atividade na internet, tudo mudava. Pensando nisso, resolvi lançar mão
das aulas invertidas.
crédito: The Last Word / Fotolia.com
Eu já usava um recurso educativo que era um blog, chamado Dicas de Ciências,
onde meus alunos reviam a matéria, baixavam mais exercícios e tiravam
dúvidas. Porém, vi que os meninos necessitavam de outros recursos.
Então, criei cursos no Moodle, uma plataforma de aprendizagem a
distância que é baseada em software livre. Nessa plataforma, eu fazia
aulas que serviam de tarefa de casa. Cada aluno acessava (vale dizer que
cada um tinha um perfil como nas redes sociais) e fazia a atividade.
Essa tarefa consistia em vídeos, textos e exercícios. O conteúdo não
havia sido dado em sala de aula. Era o primeiro contato deles com aquele
tópico e eu acompanhava o desempenho de cada um on-line.
Arquivo pessoal
Depois, em sala de aula, o que fazia era tirar as dúvidas. Eu já
tinha uma amostra prévia do perfil dos alunos, e, portanto, sabia das
dúvidas e dificuldades de cada um. Como um cirurgião, trabalhava na
escola essas dificuldades. Em sala de aula, procurava sistematizar e
aprofundar cada tópico trabalhado.
É claro que o interesse aumentou e os alunos se sentiram
co-responsáveis pelo seu aprendizado. Eles mesmos propunham outras
atividades dentro ou fora da sala de aula. A minha aula rompeu as
paredes da escola. O desempenho aumentou, as aulas ficaram mais vivas e
os meninos passaram a amar ciências e biologia.
Fonte: Porvir
Nenhum comentário:
Postar um comentário