Documento lançado nesta terça busca fomentar políticas para melhorar o acesso das escolas e as competências de docentes
Jovens de hoje já dominam celulares, computadores e tablets com
enorme facilidade e têm fácil acesso a novas tecnologias, o que faz com
que tenham expectativa de grandes mudanças na educação que esperam
receber. Porém, essa transformação passa por investimentos muitas vezes
na casa dos milhões de reais que precisam ser cuidadosamente
estruturados.
Para ajudar no desenho de políticas públicas que respondam a essas
questões e melhorem as condições de acesso das escolas e também as
competências de docentes, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) divulgou nesta terça-feira (26),
durante o seminário em parceria com a Fundação Santillana, o documento
“Tecnologias para a transformação da educação: experiência de sucesso e
expectativas”. O texto tem como objetivo analisar o impacto das mudanças
na América Latina, os fatores de sucesso e traçar recomendações para
políticos, gestores e professores. Sua elaboração é concentrada na
escola para destacar o papel de cada ator (diretor, professor e aluno)
como determinantes de sucesso ou fracasso de iniciativas, além de
mostrar como a tecnologia possibilita mudanças pedagógicas capazes de
impulsionar rendimento acadêmico.
De antemão, deixa claro que a simples compra de computadores e
tablets de última geração ou a instalação de conexão à internet via
banda larga não serão nunca suficientes para conseguir replicar exemplos
como ensino de ciências a partir da ciência forense (algo que já
acontece no Brasil) ou programação para Arduino em um grande número de
centros educativos ou de salas de aula, nem conduzirão automaticamente
ao surgimento de mais desenhos inovadores de aprendizagem Segundo o
texto, o desafio é garantir que esta tecnologia seja utilizada de modo
eficaz para melhorar como e o quê os estudantes aprendem.
Em entrevista ao Porvir, Francesc Pedró García, diretor de
política educativa da UNESCO, afirmou que é evidente que a tecnologia
pode resgatar o interesse dos estudantes, pois “permite aprender de
forma diferente e muito mais agradável”. O representante da UNESCO, no
entanto, defende uma mudança de foco nos planos educacionais nacionais
que preveem a distribuição de hardware, como computadores ou tablets.
“Em vez de um laptop por aluno, estamos falando em um laptop por
professor. A maioria das famílias já equipa seus filhos, e os recursos
públicos devem ser destinados aqueles que não têm, não para todo mundo.
As iniciativas de universalização vão ser superadas pelo tempo e os
países desenvolvidos já estão deixando isso de lado”, afirma.
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Fonte: Porvir
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