sexta-feira, 19 de maio de 2017

Da robótica à dança, Ginásio Orsina da Fonseca conta com mais de 10 disciplinas eletivas


  
No pequeno laboratório cheio de sucatas eletrônicas do Ginásio Carioca Orsina da Fonseca, na Tijuca, ninguém ‘viaja' na imaginação quando se trata da aula de Programação e Robótica, disciplina eletiva que utiliza, entre outras ferramentas, plataformas de trabalho da Nasa (Agência Espacial Americana). Aos 13 anos, a estudante Amanda Moreira, moradora da Vila do João, no Complexo da Maré, entrega-se à tarefa de construção de drones e bugs.

- Onde moro não se aproveita o lixo. Aqui aprendo informática e a construir coisas bacanas com material que ia para o lixo - disse a estudante, enquanto desmontava computadores antigos com mais 24 colegas do 7º ano na eletiva coordenada pela professora Maria Cristina Zamith.

A aula de Programação e Robótica é umas das 11 disciplinas eletivas, que atraem os alunos, que, muitas vezes, preferem ficar nas salas de aula, em horários livres, conversando com os professores, do que no pátio. É o caso também da disciplina ‘Diversidade de Gêneros, Colorindo a vida'.

Em paralelo, surgiram os avanços pedagógicos. A Unidade escolar de tempo integral oferece ainda salas de recursos funcionais e sala de leitura e promove projetos extracurriculares, como o Tertúlia Literária. O Orsina da Fonseca tem hoje 392 alunos matriculados do 7º ao 9º ano, e mais 138 do PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos) no horário noturno, além de atendimento para alunos com deficiência.  

Tamanha modernidade, aliada a outras iniciativas do Orsina da Fonseca, como a adesão da unidade ao Programa de Educação Ambiental da Unesco, colocam a centenária unidade, que em outubro completa 119 anos, em acordo com este início de século XXI. 

Quando nascida, em 28 de outubro de 1898, como Instituto Profissional Feminino – o nome Orsina da Fonseca foi incorporado em 1912 em homenagem à ex-primeira-dama do País, então governado pelo Marechal Hermes da Fonseca – e, ao longo de suas primeiras décadas de existência, a escola era voltada para educação feminina com ensino de bordados e costura, por exemplo. Ao passar dos anos, foram muitas as mudanças, inclusive sob o sabor dos momentos políticos do Brasil, mas a Orsina sobreviveu, conquistou apoios e soube se reinventar. E sabe preservar sua história, hoje guardada no Centro de Memória, que é abastecido a cada descoberta de ficha ou foto amarelada.

- Sempre tive um carinho enorme pela Orsina. Minha mãe deu aulas aqui e eu vinha sempre. Quando recebi o convite para dirigir a escola vi que era um resgate. Vim com a possibilidade de trabalhar em uma escola democrática. A Orsina é desafiante - disse a diretora Kátia Daim, que topou o desafio da direção quando já estava aposentada.

O veio democrático, aliás, é uma constante pelos corredores, em meio ao corpo docente, nas salas de aula e até nas casas dos estudantes já que os pais têm voz ativa no Conselho Escola-Comunidade.

- Com a nova proposta de escola, de uma gestão compartilhada, todos começaram a se chegar - atestou Kátia.

Se por um lado a robótica anda fascinando Amanda Moreira, a jovem que agora constrói bugs e drones, por outro lado, a dança - outra disciplina eletiva - ajuda Jéssica Freire, 15 anos, aluna do 9º ano, a perder a timidez.

- Entrei na dança para tentar acabar com a minha timidez. Não vou parar mais, me ajuda - contou a adolescente, moradora do Morro de São Carlos, no Estácio, que foi parar no Orsina seguindo os passos da irmã mais velha, hoje com 18 anos.

- Minha irmã mais nova, de 11 anos, vem para cá também - anunciou, revelando mais uma tradição do Orsina de ser a escola de famílias inteiras. Mas isso é coisa para o Centro de Memória. No momento, Amanda e Jéssica, assim como seus colegas, querem mesmo é aprender. Sabem que o futuro chega com a velocidade de um foguete da Nasa.

FONTE: http://www.rio.rj.gov.br/

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