Um clique para acessar ao Google, outro para o Wikipedia. Mais um para assistir a vídeos no Youtube e outro para visitar blogs, Twitter e Facebook. Com tantos conteúdos espalhados por diferentes endereços na web, parece ser um sonho encontrar e compartilhar aquilo que seja relevante. Ou mais além, encontrar uma curadoria de todo esse conteúdo, em uma ordem que faça lógica para o aprendizado. Com isso na cabeça, um trio de jovens decidiu criar a Cacho.la, uma plataforma gratuita que permitirá ao usuário agrupar conteúdos on-line para criar aulas que podem ser gratuitas ou remuneradas. O site entra no ar no dia 1o de agosto.
Na Cacho.la, o professor monte suas próprias aulas numa espécie de quadro branco pré-moldado. Lá, a partir de blocos, ele pode aumentar ou diminuir o tamanho de um vídeo e, simultaneamente, agregar outras ferramentas de áudio, podcast, gráficos, PDF etc. “Começaram a surgir diferentes plataformas, geralmente mais centradas nas videoaulas, porém, a internet é plural. Para que limitar seu uso somente ao vídeo, quando há uma infinidade de recursos que podem ser usados ao mesmo tempo”, afirma Thiago Capelo, 24, cofundador da plataforma ao lado dos amigos Rafael Oli, 24, e Raphael Cruzeiro, 25.
A plataforma brasileira segue o mesmo modelo de plataformas norte-americanas como a Learnist, da Grockit, que se denomina como um “e-book colaborativo, multimídia e interativo do futuro”. Nela, assim como na Cacho.la, os usuários podem remixar diferentes assuntos da web para montar suas aulas e compartilhá-las de graça ou cobrando pelo serviço.
Na Cacho.la, depois de criar uma aula, o autor precisa definir a categoria em que ela se encaixa. Os temas são amplos e não se resumem aos conteúdos tradicionais de educação formal, podem ir de história e direito, até gastronomia ou estética e beleza – esses são, inclusive, alguns dos temas que já estarão disponíveis na plataforma quando for lançada, com aulas criadas por professores contratados por Capelo.
As aulas podem ou não serem cobradas. Seus autores definem se elas serão abertas ao público em geral ou se querem receber pelo trabalho. Quando decidem receber, podem fixar qualquer preço, sendo que 80% do total fica com o professor e os 20% ficam para a plataforma. No futuro, a ideia é os preços sejam fixados entre categorias de aula que variem R$10 e R$ 50. “Percebemos que já existem muitos professores oferecendo suas aulas pelo Youtube, por exemplo. A plataforma surge ainda como uma opção para que possam monetizar seus esforços”, diz.
O site, porém, não restringe seu uso aos professores virtuais. Os educadores podem utilizar, dentro dos currículos tradicionais das escolas, as funcionalidades da plataforma para tornar suas aulas mais interativas, já que é possível exportar os conteúdos para um pendrive e exibi-los em qualquer dispositivo. Ou ainda ir mais além e apostar em modelos como o flipped classroom ou sala de aula invertida, em que os alunos estudam o conteúdo em casa e usam a sala de aula para tirar dúvidas e resolver problemas.
Na Cacho.la também estão sendo criados fóruns de discussão entre os usuários e mecanismos de avaliação – com testes de múltipla escolha –, que poderão ser usados por professores para avaliar o desempenho de seus alunos. Já um segundo modelo de avaliação pretende acompanhar mais diretamente a evolução dos alunos. “Os estudantes poderão enviar seus trabalhos diretamente aos professores, que darão um feedback sobre o que precisa ou não ser melhorado”, afirma Capelo.
Fonte: Porvir
Nenhum comentário:
Postar um comentário