segunda-feira, 28 de abril de 2014

‘Todas as Etapas do Aprendizado Deveriam Ser Como o Jardim de Infância’

No dia em que o Porvir completa dois anos, Mitchel Resnick, do MIT Media Lab, fala no Transformar sobre a necessidade de se quebrar as barreiras da escola.

Mitchel Resnick acredita tanto que todas as fases do aprendizado deveriam ser como o jardim de infância que tudo o que faz como professor do MIT Media Lab aponta para isso. Fundador do Scratch, linguagem de programação que já introduziu dezenas de milhares de crianças ao universo dos códigos, Resnick é diretor no MIT de um grupo chamado Lifelong Kindergarten (jardim de infância ao longo da vida, em livre tradução), no qual desenvolve tecnologias para promover a criatividade entre os alunos.
Fisicamente, os espaços onde seus alunos de mestrado e doutorado fazem suas pesquisas em muito se assemelham com as salas de educação infantil: laboratórios amplos, sem muitas paredes, com muito material colorido – de tubos enormes de tecido a massas de modelar – e até mesas de totó e pingue-pongue à disposição. Mas como estão em uma das universidades mais tecnológicas do mundo, além de todos esses apetrechos artesanais, seus alunos têm acesso também a computadores de última geração e robôs de todos os tipos.
storm / Fotolia.com"Todas as etapas do aprendizado deveriam ser como o jardim de infância"
É desse ambiente que respira criatividade e tecnologia de ponta que Resnick propõe mudanças na educação hoje. O especialista acredita que é preciso derrubar várias barreiras que têm sufocado a escola: a de disciplina, para que os alunos possam aprender por projetos; a de tempo, para que não sejam obrigados a dedicar apenas 50 minutos ou uma hora a alguma atividade; a de idade, para que colegas de séries distintas possam aprender uns com os outros; e a dos muros da escola. “Temos que fazer o aprendizado durar o dia inteiro e provocar que o que é feito fora da escola influencie o que é feito dentro – e vice-versa”, afirmou o especialista em entrevista ao Porvir.
Ferrenho defensor do Maker Movement, Resnick acredita que a programação deve ser ensinada para todos, já que essa habilidade pode ajudar no desenvolvimento das sociedades. Por quê? Ele elenca três razões: os códigos fazem com que as pessoas trabalhem colaborativamente, as ajudam a organizar o pensamento de maneira sistemática e estimulam que tenham ideias criativas para resolver problemas inesperados. Sua convicção o faz comparar a importância de programar com a de ler ou escrever e ainda compara sua lógica com a que Paulo Freire usou décadas atrás. Na época, o educador brasileiro dizia que ensinar a escrever era importante não por questões práticas, mas também porque empoderava os cidadãos a se tornarem ativos em seus meios. “Com programação é a mesma coisa.”
Confira a seguir trechos da entrevista. Para os que ficarem curiosos e quiserem saber mais, Resnick esteve no Transformar 2014, em 27/04/2014, dia em que o Porvir completou dois anos. Sua palestra pode ser assistida ao vivo  pelo site transformareducacao.org.br ou pelo Canal Futura.
Divulgação‘A universidade deveria ser como o jardim de infância’
 
 Fonte: Porvir

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