quarta-feira, 19 de março de 2014

Amazon fornece tecnologia de graça para conversão de livros didáticos no Brasil



  • Empresa não será paga pelos mais de 200 títulos que serão convertidos e distribuídos
  • SÃO PAULO - A varejista on-line Amazon anunciou nesta terça-feira que uma tecnologia da companhia foi escolhida pelo Ministério da Educação (MEC) para conversão digital e distribuição de mais de 200 livros didáticos em tablets, serviço pelo qual não será paga, conforme proposta do governo que foi aberta a companhias interessadas.
    Embora a tecnologia Whispercast utilize o formato Kindle, compatível com o leitor digital de mesmo nome da Amazon, ela também roda em PCs e em tablets com sistema operacional Android, da Samsung, e IOS, da Apple. Nos Estados Unidos, ela já é usada em diversas escolas como ponto de acesso para compra e distribuição de livros e documentos para programas educacionais.
    Sem precisar o tamanho do investimento da Amazon, o diretor geral da operação brasileira, Alex Szapiro, afirmou que a companhia apostou na investida para popularizar o uso de seu aplicativo, e, principalmente, fomentar o hábito de leitura em dispositivos digitais.
    Com o aplicativo gratuito, os professores podem, por exemplo, realizar anotações e usar o dicionário diretamente nos livros didáticos.
    “Pessoas com maior grau de leitura vão acabar consumindo mais livros. É um projeto de longuíssimo prazo”, afirmou Szapiro à Reuters. Segundo dados da Câmara Brasileira do Livro, os livros didáticos respondem por 35% do faturamento do setor como um todo, considerando tanto títulos físicos quanto digitais.
    No âmbito do termo de cooperação com o governo, que tem vigência até fevereiro de 2015, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) já está utilizando a tecnologia da Amazon para gerenciar e distribuir seu catálogo de livros didáticos digitais para professores do ensino médio de escolas públicas. Até o momento, mais de 40 milhões de títulos foram entregues.
    Em 2012, o MEC anunciou a compra de cerca de 382 mil tablets voltados para esse público mediante um desembolso de R$ 117 milhões. Na época, as empresas nacionais Positivo e Digibrás venceram pregão eletrônico para fornecer os equipamentos, num processo do qual a Amazon não participou.
    Atualmente, o tablet da companhia americana, o Kindle Fire, não é vendido no Brasil — apenas os e-readers da marca são comercializados no país. No Congresso, tramita um projeto de lei para isentar equipamentos do tipo de impostos, para que passem a receber o mesmo tratamento dos livros de papel.
    Segundo Szapiro, os e-readers poderiam ser de 40 a 50% mais baratos sem a incidência de IPI, imposto de importação, ICMS e PIS/Cofins, desconto que a Amazon pretende repassar aos consumidores caso a companhia deixe de arcar com os encargos tributários. O Kindle é vendido no Brasil por R$ 299, com o modelo mais caro Paperwhite chegando a R$ 699.
    Após pouco mais de um ano vendendo apenas livros digitais no país, a Amazon passou a ofertar o dispositivo eletrônico em seu site brasileiro no início de fevereiro.

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