segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Crianças de Friburgo, RJ, aprendem programação de computadores

Projeto é inovador e foi iniciado com crianças do 6º ao 9º ano. 
Objetivo é auxiliar no aprendizado de outras disciplinas.

Juliana ScariniDo G1 Região Serrana
Com a ferramenta, alunos podem criar jogos e
programas (Foto: Reprodução)
Ensinar programação de computadores a crianças pode parecer uma ideia distante, mas em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, o projeto começa a sair do papel. Através de uma proposta do professor e programador José Loyola Bechara, alunos da rede municipal de ensino começam a ampliar seus conhecimentos dentro da informática. O projeto foi debatido recentemente com a equipe do Núcleo Tecnológico Municipal (NTM) da secretaria de Educação do município, que já começou a implantação em 20 unidades escolares.

O principal objetivo do ensino da programação nas escolas é melhorar o aprendizado em outras disciplinas, como a matemática, já que utiliza a lógica. Crianças do ensino fundamental, a partir dos 8 anos de idade, já começaram a ter contato com o projeto intitulado “ProgramAção na escola: um passo além da inclusão digital”. A iniciativa é inovadora e, de acordo com José Loyola Bechara, não se tem notícia de escolas na região que tenham esse tipo de disciplina na grade curricular.

As aulas acontecem com o software Scratch, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). “Ouvi falar sobre essa ferramenta há alguns anos e vi que realmente era totalmente possível fazer com que uma criança pudesse iniciar seu aprendizado de programar”, contou José Loyola, lembrando que os seu filhos aprenderam com facilidade a programação.

O Scratch é um ambiente gráfico onde cada elemento da lógica de programação é um bloco colorido, que se encaixam como em um brinquedo Lego. Para programar, basta clicar no bloco desejado e arrastar para um quadro onde são empilhados, formando a sequência de instruções que o computador executará. Com essa linguagem, é possível criar histórias animadas, jogos e outros programas interativos.


Crianças poderão explorar outras ferramentas no
computador, além da internet (Foto: Rede Globo)

“Com relação à programação para crianças, visei o aumento da quantidade de profissionais. Porém, não é essa a única intenção do projeto. Mesmo que uma criança não venha a se tornar uma profissional de TI, os exercícios de lógica melhoram muito o aprendizado de outras disciplinas”, frisou José. Para ele, a inclusão digital já é algo conquistado, com a grande quantidade de lan houses e centros de inclusão digital.

Segundo Alessandra Jaccoud, coordenadora do NTM, por enquanto apenas as crianças do 6º ao 9º anos estão inseridas no projeto, mas o objetivo é implantar a ideia nas série iniciais. As aulas são ministradas por orientadores tecnológicos, professores que se capacitaram em informática educativa. “Nós estamos com esse projeto que sempre estará interagindo com o conteúdo pedagógico”, explicou Alessandra.


Montagem e manutenção de computadores

Para José Loyola Bechara, o próximo passo no ensino da Tecnologia da Informação (TI) seria o ensino do curso de “Montagem e manutenção de computadores”, que pode ser iniciado a partir dos 12 anos. “Montar computador hoje em dia se resume a encaixar as peças. Teria que ser ensinado alguns conceitos de funcionamento, como compatibilidade entre placas, e isso é algo totalmente possível de ensinar nessa idade”, lembrou.


As vantagens, segundo ele, seria a desmistificação do hardware, além de ensinar os cuidados que se deve ter com energia elétrica. Também seria ensinado instalação dos sistemas operacionais em computadores. “Com isso, um adolescente chegaria aos 16 anos totalmente capaz de trabalhar com o serviço de manutenção em computadores”, destacou.


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