A mente brilhante de Paulo Blikstein
Destaque mundial na pesquisa
sobre o uso de tecnologias na educação, o paulistano Paulo Blikstein diz que o
incentivo à inovação no ensino pode mudar os rumos de um país.
Luiza Dalmazo, EXAME
Paulo Blikstein, professor assistente na Universidade Stanford
São Paulo - Há 12 anos, cartazes espalhados em murais do centro de ciências exatas da Universidade de São Paulo (USP) anunciavam um filme inédito: O Homem da Caixa Preta. O documentário, sobre o funcionamento de microchips, seria exibido gratuitamente no auditório da faculdade.
Produzido em um laboratório de engenharia, o vídeo chamava a atenção pelo uso de uma linguagem pouco convencional para disciplinas de exatas. A fabricação de um chip seria como a preparação de um pastel. Seu funcionamento, semelhante ao de uma banda de forró.
De cara, os matemáticos presentes sentiram-se frustrados. Naquele momento, a professora Roseli de Deus Lopes, orientadora do documentário, diz ter tido certeza de duas coisas. A primeira era de que o lado humano da engenharia não era exatamente popular entre estudantes da área. A segunda, de que o diretor e roteirista do vídeo, o paulistano Paulo Blikstein, era realmente um aluno fora da curva.
Quem ouve o ritmo tranquilo da fala não imagina como é acelerado o raciocínio de Blikstein. Aos 39 anos, ele vive hoje com a mulher na Califórnia — embora não exatamente em Hollywood, como poderia sugerir uma trajetória de sucesso no cinema.
Desde 2006, depois de passar em primeiro lugar em concursos de cinco das maiores universidades americanas, ele trabalha como professor assistente da Universidade Stanford, uma das mais prestigiadas do mundo. Formado em engenharia metalúrgica pela USP, Blikstein é hoje reconhecido como um dos maiores especialistas nos estudos de tecnologia aplicada à educação.
A ascensão na carreira foi tão rápida que lembra a velocidade com que uma criança aprende a fazer travessura. Desde o fim da graduação, em 1999, fez dois mestrados no intervalo de quatro anos — um na USP e outro no Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Em seguida, veio o doutorado na Northwestern University, em Chicago. No fim de 2011, Blikstein ganhou um Early Career Award, espécie de Oscar da pesquisa concedido pelo governo americano a jovens cientistas.
Durante cinco anos, o prêmio de 600 000 dólares vai financiar uma de suas frentes de pesquisa, que tem como objetivo despertar nos alunos o prazer de aprender ciências. “Muitos acham que os estudantes de hoje são ruins”, diz ele. “Mas são as escolas que estão atrasadas para acompanhá-los.”
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Fonte: Exame.com
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