O BYOD invadiu as salas de aula com uma avalanche de possibilidades que, se bem exploradas, pode levar a educação a um novo patamar.
Houve um tempo em que os professores pediam para seus alunos desligarem seus telefones celulares e, recentemente, tablets em sala de aula, porém os tempos mudaram. Assim como no mundo corporativo, a moda BYOD (sigla em inglês que significa traga o seu próprio dispositivo) invadiu as salas de aula com uma avalanche de possibilidades que, se bem exploradas, têm tudo para levar a educação a um novo patamar.
Cada vez mais as tradicionais editoras de livros didáticos têm explorado as possibilidades das telas multitoque e a conectividade desses dispositivos para repensar a maneira de criar e distribuir seus livros, que contam uma história que envolve todos os sentidos dos alunos e renova o prazer de aprender.
Para os estudantes que praticamente nasceram com esses dispositivos nas mãos, trazê-lo para o dia a dia acadêmico é um processo natural e intuitivo, porém os professores têm um enorme desafio pela frente que passa, sobretudo, pela revisão do seu papel dentro e fora da sala de aula. Tradicionalmente o professor representava a fonte de sabedoria e conhecimento, compartilhado com os alunos em aulas predominantemente expositivas às quais os estudantes se limitavam a assistir enquanto tomavam notas ou copiavam do quadro negro. As interações se limitavam à perguntas e escassas atividades pedagógicas.
Hoje convivemos com crianças e adolescentes hiperconectados, com acesso a um mundo de informação na ponta dos dedos 24 horas por dia, sete dias por semana, prontos para trazer outra perspectiva à sala de aula, colocando em xeque aquele papel tradicional do professor. Como toda grande mudança na história da humanidade, vivemos um enorme desafio, mas também uma oportunidade que tem as mesmas proporções. É preciso repensar o papel do professor, que por mais que resista a encarar essa realidade, deixou de ser o guardião sagrado do conhecimento, apesar de sempre ter um papel crucial na educação formal de crianças e adolescentes.
Cada estudante munido de seus dispositivos conectados à rede pode, e deve, se transformar numa fonte que adiciona um pequeno tijolo ao mosaico de informações que se explora dentro e fora da sala de aula em colaboração com os demais alunos. Converter o livro didático em um organismo vivo que evolui em micro comunidades tão pequenas como uma sala de aula ou tão grandes quanto o conjunto de alunos do sexto ano do ensino médio de todo o País.
É difícil imaginar a beleza dos livros e conjuntos de objetos resultante dessa enorme teia de interações, porém a maior recompensa certamente será o conhecimento produzido e internalizado no processo.
publicado originalmente por Alessandro Fonseca no IPNews
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