Papel do professor muda e deve ser o de orientar alunos quanto ao uso de internet e redes sociais para o aprendizado, acredita gerente da Intel, responsável por pesquisa
Por Bruno Capelas
82% dos brasileiros acreditam que nos próximos dez anos o ensino fundamental usará atividades online para complementar a sala de aula FOTO: Reprodução
SÃO PAULO – Quatro em cada cinco brasileiros acreditam que o uso de tecnologia nas escolas é inevitável e pedem investimentos do governo para maneiras em que ela possa ser utilizada nas salas de aula do País. Pelo menos é o que revelou uma pesquisa recente divulgada pela Intel em parceria com a consultoria Penn Schoen Berland, feita com 12 mil pessoas em oito países entre julho e agosto de 2013.
“O uso da tecnologia está apenas começando nas escolas, e o brasileiro quer ver onde isso pode mudar a educação”, acredita Edmilson Paoletti, gerente de Negócios para Educação da Intel. Segundo ele, o papel da tecnologia na escola é o de permitir que os professores assumam outros papeis dentro da sala de aula, mas nunca será capaz de substitui-lo. “O professor é a peça-chave na aprendizagem, mas, com o apoio de ferramentadas avançadas, ele pode deixar de apenas descrever o conteúdo para guiar os alunos no processo de aprendizado”, avalia Paoletti.
Entre os destaques da pesquisa, intitulada “Classrooms of the Future” (Salas de Aula do Futuro, em tradução literal), está a estatística de que 57% dos brasileiros acreditam que a tecnologia deva ser não só uma ferramenta, mas sim uma disciplina na sala de aula. “Minha percepção é de que as pessoas ainda se preocupam muito em aprender como usar um PC, um tablet ou aplicativos no seu celular. Entretanto, essa é a parte fácil. Difícil é entender como lidar com a tecnologia, e aí que entra o professor”, diz o gerente da Intel.
ConectividadeOutro dado levantado pelo estudo é o de que 82% dos brasileiros acreditam que nos próximos dez anos o ensino fundamental usará atividades online para complementar os conteúdos mostrados pelos professores em sala de aula. Vale dizer, entretanto, que segundo dados do MEC no Censo de Educação Básica de 2013, hoje apenas 45% das escolas públicas de primeiro grau têm acesso à internet, em um universo que abrange 24,2 milhões de estudantes. No ensino médio, entretanto, o número cresce: 93% das escolas são conectadas.
Para Paoletti, entretanto, a educação online pode ser uma ferramenta para solucionar dois problemas bastante comuns no ensino brasileiro: a capacitação dos professores e a diferença de aprendizado entre os alunos.
“A tecnologia vai suplementar e trazer mais subsídios de cada disciplina, sem depender exclusivamente do nível de conhecimento do professor, nivelando a educação de maneira ampla. Além disso, ela permitirá que alunos com mais ou menos facilidade convivam em sala de aula com conteúdos personalizados”, diz ele, que acredita que a falta de acesso à internet não impede que a tecnologia não possa ser usada na educação.
Um exemplo disso é o uso de tablets e livros digitais substituindo os materiais didáticos impressos – em fevereiro, o ministro Aloisio Mercadante havia anunciado a aquisição de 460 mil tablets para professores das redes estaduais, além de conteúdos pedagógicos digitais, em um orçamento de R$ 253 milhões. Mas a adoção aos meios digitais ainda deve demorar: no mesmo período, Mercadante anunciou a compra de 130 milhões de exemplares de livros para o ensino fundamental, por cerca de R$ 1 bilhão.
Fonte: Estadão
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