Mitchl Resnick, pesquisador do MIT, defende que todas as crianças devem aprender a programar.
Saber interagir com a tecnologia não é o bastante, jovens e crianças devem aprender a criar com tecnologia
Você com certeza conhece uma criança (ou várias) que adora mexer no celular ou no tablet e tem mais desenvoltura com as telas e os botões do que os próprios pais. Hoje, as crianças já nascem "digitais", mas para um pesquisador do prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), a interação é a relação mais básica que podemos ter com a tecnologia. "Na maioria do tempo, as crianças estão apenas navegando, conversando e jogando com aplicações, mas não estão projetando, criando e se expressando por meio dessas tecnologias. Por que só brincar com jogos eletrônicos se você pode criar seus próprios jogos?" perguntou Michel Resnick, que trabalha no Laboratório de Mídia do Instituto.
O americano explicou em palestra no evento Transformar 2014 por que o ensino da programação é importante para as crianças. Ele acredita que saber programar é tão importante quanto saber escrever. "Escrever no mundo de hoje significa saber nos expressar com as tecnologias atuais: saber programar", disse. A necessidade de aprender a escrever algoritmos e programas vai além da utilidade profissional. Mesmo que não sejam cientistas da computação, Resnick defende que todas as crianças devem ter a oportunidade de ser "fluente" em programação. "Todas as crianças aprendem a escrever, porque é uma habilidade útil para todos e em todos os aspectos da vida. A programação funciona da mesma forma", disse. A maior vantagem em aprender a programar não é se dar melhor no mercado de trabalho, embora isso também aconteça, mas a mudança mental que a programação produz nas crianças. Além de organizar as ideias, a programação ajuda a ver o mundo de maneira mais criativa e crítica. Resnick revelou que seu pensamento foi inspirado no educador brasileiro Paulo Freire. "Ele tinha os mesmos argumentos sobre ler e escrever. Não é apenas uma questão prática, mas algo necessário para ter uma voz ativa e participar plenamente da sociedade. Nos dias de hoje, não é suficiente apenas usar ou interagir com a tecnologia, você precisa ser fluente nelas." Scratch Resnick liderou o desenvolvimento de uma linguagem de programação gratuita com o objetivo de estimular as crianças a desenvolverem essa "fluência" tecnológica: o Scratch. Composto por blocos de comandos visuais e encaixáveis, o Scratch pode ser experimentado por crianças a partir dos 8 anos. Desde 2007, quando foi lançado, crianças do munto todo já criaram mais de 5 milhões de projetos como jogos, animações e histórias interativas. "Queremos que a programação seja tão fácil quanto brincar de lego", disse. Na plataforma, a criança monta seu programa a partir de diferentes categorias de blocos (movimento, som, visual etc) e já vê o resultado na tela. No Laboratório de Mídia do MIT, o grupo de Resnick é conhecido como "lifelong kindergarten" (ou Jardim de infância ao longo da vida, em tradução livre). Eles adotaram esse nome porque se inspiram no Jardim de Infância e no aprendizado livre que as crianças experimentam nessa fase. "Se as crianças pensam em uma história na floresta encantada, logo usam giz de cera e começam a desenhar essa floresta. Elas criam as coisas de acordo com seu interesse e aprendem muito durante o processo", resumiu Resnick. Sua ideia é estender para todas as idades essa abordagem de aprender a partir de projetos que façam sentido para cada aluno. "A tecnologia pode tornar isso possível!", completou. |
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Fonte: Educar para crescer
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